Estudo brasileiro correlaciona aves e plantas em redes de dispersão de sementes. Mais de 70% das espécies vegetais que produzem flores dependem de aves para dispersar suas sementes, já que as aves consomem frutos de diferentes espécies vegetais.
O estudo, conduzido no Instituto de Biociências da USP, mostrou que a estabilidade evolutiva de cada espécie de ave depende da posição que ela ocupa na rede. Ela é bem considerável quando se olha para o número de interações que estabelece com as plantas.
Este é um estudo complexo, já que a dispersão de sementes se dá na escala do ano, enquanto a evolução acontece na de milhões de anos. O trabalho levou quatro anos e foram integrados dados de 468 espécies de aves pertencentes a 29 redes de dispersão de sementes.
As espécies de aves que ocupam posições mais centrais na rede, ou seja, que se conectam mais, tendem a ser mais estáveis em termos macroevolutivos. As espécies que ocupam posições centrais na rede atendem a uma de duas características: ou são mais longevas ou pertencem a grupos que acumularam muitas espécies em intervalo de tempo curto.