Iemanjá é reverenciada como a rainha do mar e é uma das divindades mais queridas na Umbanda e no Candomblé. Dessa forma, a divindade é amplamente cultuada e respeitada, sendo considerada a mãe de quase todos os Orixás.
Sua representatividade está profundamente conectada à fertilidade, e é por isso que o Mistério da Geração foi atribuído a ela.
O seu nome também é frequentemente escrito como Yemanjá. Assim também, sua raiz está na África, onde seu nome tem origem nos termos do idioma Yorubá, onde é conhecida como “Yèyé Omo Ejá”, que se traduz como “mãe dos filhos-peixe” ou “mãe de todos os orixás”.
No Brasil, ela é reconhecida por vários nomes, como Inaé, Ísis, Janaína, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar e Sereia do Mar.
História de Iemanjá
Filha de Olokum, o soberano dos mares, a história de Iemanjá começa com uma poção que ela ingeriu quando criança para protegê-la de todos os perigos. Ao crescer, a Rainha do Mar se casou com Oduduá, com quem teve dez filhos Orixás.
A lenda conta que seus seios cresceram e se tornaram fartos devido à amamentação de seus filhos, uma característica que lhe causou grande constrangimento. Além disso, cansada de seu casamento, a divindade decidiu deixar seu esposo e buscar sua própria felicidade.
Mais tarde, ela se apaixonou pelo rei Okerê, mas a história deles não teve um final feliz. Ainda, contos revelam que, em um momento de embriaguez, Okerê fez comentários grosseiros sobre os seios de Iemanjá, o que a levou a fugir decepcionada.
Para escapar da perseguição de Okerê, Iemanjá recorreu à poção dada por seu pai e se transformou em um rio que desemboca no mar.
Okerê tentou impedir se transformando em uma montanha, mas com a ajuda de seu filho Xangô, que abriu um caminho entre as montanhas criadas por Okerê, a divindade conseguiu seguir seu curso, se tornando a Rainha do Mar.
Dia de Iemanjá
Celebrado no Brasil em 2 de fevereiro, o Dia de Iemanjá é marcado por festividades, rituais e oferendas. Dessa forma, a maior celebração ocorre na Bahia, em Salvador, onde os fiéis se reúnem, anualmente, vestidos de branco e participam de uma procissão.
Assim também, outra homenagem importante para a Rainha do Mar acontece no Rio de Janeiro, conhecida pelo tradicional Banho de Pipoca, que atrai pessoas de diversas religiões.
Além do 2 de fevereiro, algumas regiões também celebram em 8 de dezembro, principalmente em São Paulo, em associação ao dia de Nossa Senhora da Conceição. O sábado é o dia da semana recomendado para dedicar as celebrações.
Oferendas para Iemanjá: Como realizar?
Quando fazemos pedidos à rainha das águas, é tradição acompanhar com oferendas especiais. Por isso, roupas, velas, alimentos e flores, são os presentes escolhidos para homenagear esta divindade.
Além disso, é de suma importância que essas oferendas sejam entregues de preferência à beira-mar, onde a conexão com Iemanjá é mais intensa.
No entanto, se você estiver oferecendo alimentos ou itens perecíveis, é apropriado entregar esses presentes em locais como campos ou bosques, onde a natureza pode aceitar de volta.
Quais são as flores para homenagear Iemanjá?
Dentro dos rituais, é tradição eleger certos tipos de flores com um lugar especial no coração da deusa. A seguir, apresentamos as flores mais escolhidas:
- Rosa branca;
- Palma branca;
- Angélica branca;
- Crisântemo branco;
- Colônia branca;
- Orquídea branca.
Estas flores representam paz, alegria e uma sensação de prazer ao admirarmos sua beleza. Além disso, são usadas para revigorar e refrescar, especialmente durante os rituais de banho.
O brilho e a beleza dessas flores simbolizam o encantamento e a pureza associados a rainha do mar, tornando cada homenagem uma celebração da sua divindade.
Pratos tradicionais nas oferendas
Alguns ingredientes são tradicionalmente associados às oferendas feitas a Iemanjá. Dessa forma, muitos dos pratos preparados incluem peixe, camarão, arroz, canjica, manjar e mamão.
A seguir, estão alguns exemplos de pratos tradicionais da cozinha ritualística para a divindade:
- Canjica branca: Prepare a canjica em uma tigela de louça branca e adicione leite de coco, mel e uvas brancas (opcional).
- Canjica cozida: Refogue a canjica com azeite de dendê, cebola e camarão.
- Manjar do céu: Preparado com leite, amido de milho, leite de coco e açúcar.
- Sagu de leite de coco: Após o sagu inchar, refogue com leite de coco até obter uma consistência de mingau espesso e, em seguida, coloque-o em uma tigela de louça branca.
- Peixe de Iemanjá: Cozinhe o peixe com cheiro verde, coentro, tomate e cebola. Evite o uso de sal e tenha cuidado para que o peixe não desmanche.
Vale lembrar que toda oferenda deve ser orientada por alguém responsável do Candomblé ou Umbanda. Isso porque cada Orixá possui suas peculiaridades que devem ser respeitadas e guiadas por quem os conhecem após anos de prática na religião.
Filhos de Iemanjá: Características
Ao mergulharmos no universo da mãe dos orixás, é fundamental compreender que esta deusa é reverenciada por sua imensa proteção aos seus filhos.
Desde o momento do nascimento, ela carinhosamente acaricia e segura a cabeça dos recém-nascidos, transmitindo uma sensação de segurança desde o início de suas jornadas.
Essa ligação profunda leva muitas pessoas a se considerarem filhos de Iemanjá. Por isso, são indivíduos que a adoram e dedicam suas ações em seu nome.
Os filhos da rainha do mar costumam compartilhar algumas características marcantes:
- Buscam incessantemente pela paz, união e a manutenção dos laços familiares e de amizade.
- Possuem uma profunda inteligência que os guia em suas vidas.
- São naturalmente inclinados a serem protetores e defensores dos oprimidos, erguendo suas vozes em prol da justiça.
- No corpo, as mulheres tendem a apresentar seios e nádegas mais generosas, uma característica frequentemente associada à deusa.
- São pessoas conhecidas por sua extroversão e capacidade de irradiar alegria, contagiando todos ao seu redor.
- Tanto homens quanto mulheres tendem a possuir uma forma física mais robusta e rechonchuda.
Dessa forma, compreendemos que para aqueles que a reverenciam, Iemanjá desempenha um papel vital na harmonia familiar, na promoção da união, da paz e da alegria no lar.
Ela atua como uma guardiã, evitando conflitos desnecessários e desentendimentos, e, assim, assume uma posição de extrema importância na vida de seus devotos.
Saudação a Iemanjá
“Odoyá” ou “Odocyabá”, são as saudações mais utilizadas para Iemanjá. Que significa “Salve a Senhora das águas!”
Poderosas orações de Iemanjá
Oração de Iemanjá para proteção
“Divina mãe, protetora dos pescadores e governa a humanidade, dai-nos proteção. Oh, doce Iemanjá, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações. És a força da natureza, linda deusa do amor e bondade (fazer o pedido). Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz. Que assim seja feita a vossa vontade. Odoyá!”
Oração de Iemanjá para abrir caminhos
“Ó soberana mãe das águas, venha a mim nesse momento de aflição, com minha fé e devoção ascendo esta vela, (acenda uma vela azul) para iluminar meus pedidos e caminhos. Ó mãe Iemanjá, assim como controla a força das águas, venha e ajude-me no que eu necessito, (faça o pedido). Com seu manto azul perolado, cubra a minha vida de alegrias e todos aqueles que me estão ao redor e aos que pensam ser meus inimigos, essa mãe soberana, mude lhe os pensamentos para que se tornem dignos e lhes tire o ódio do coração. Ajude a resolver o que me aflige e me acompanhe nesta jornada para que males não me alcancem. Ó soberana mãe Iemanjá, desde já lhe agradeço, pois tenho fé que estarás comigo. Omio omiodo ya!”
Esperamos que este artigo tenha proporcionado a você uma visão mais profunda sobre Iemanjá, a rainha do mar, e a riqueza da sua história, tradições e importância nas religiões afro-brasileiras.
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