A vida é instável mesmo, e aí está a beleza do viver! Mutação, crescimento, ciclos, movimento, isso é a vida. Mas, a maioria das pessoas, no contra fluxo da evolução, quer que a vida pare, congele como num porta-retratos, como se isso fosse possível. E daí vem todo o sofrimento humano, da não aceitação de um princípio básico universal: tudo nasce, cresce, envelhece e morre. Mas, depois renasce! E assim segue a vida, sem parar. Isto é movimento. Crescemos e depois envelhecemos porque cada célula se move, cada órgão, e assim é na natureza ao nosso redor. Uma árvore se movimenta sem parar, mergulhando suas raízes na terra e estendendo seus galhos e folhas na direção do Sol, ainda que lentamente aos nossos olhos. Os animais, e até mesmo a matéria, desde o átomo até os continentes, tudo se move o tempo todo. E, durante o movimento, ocorre a instabilidade, o ‘desequilíbrio’ necessário para se chegar à um novo patamar de equilíbrio. Como no andar, correr, subir uma escada, etc. Então, por que tentar represar as transformações, tão necessárias à evolução? Porque o seu medo de perder é muito maior do que a sua consciência do quanto você pode ganhar!
O problema é que quando a vida propõe uma renovação você só enxerga a morte de algo, a perda, e quase nunca o ganho. É condicionamento ligado à ideia de que nada vem de graça, ou a seu favor. É o seu baixíssimo nível de merecimento que faz você acreditar que qualquer mudança vai sempre trazer mais sofrimento do que felicidade. Então, você paralisa a sua própria vida, tentando eternizar momentos bons porque não percebe que outros ainda melhores poderão chegar! Portanto, trabalhe seu amor próprio para que você confie mais em si mesmo, e seja capaz de abraçar as transformações com curiosidade sadia, alegria pelo porvir, gratidão pelo novo! Quando temos bons olhos para o presente-futuro, tudo o que sair da velha rotina vai nos estimular e nos instigar a sermos melhores, a nos desenvolvermos!
A partir do momento em que você adquire autoconfiança em sua capacidade de improvisar repostas à vida, o que é fruto da autoadmiração, você aprende a desejar a ‘instabilidade’ da vida com alegria, como sinal de que a evolução está acontecendo e a sintonia de seus próprios sentimentos está atraindo novas situações e pessoas! Assim, como a água parada apodrece, movimente o rio de sua vida, que segue o seu fluxo constante no sentido de se unir ao Todo, desembocando no mar, com liberdade e poder, e se entregue à vida como quem se joga nos braços de Deus!
Por: Marcello Cotrim