O ano de 2020 pode estar sendo difícil para todos, mas ao menos ele tem proporcionado alguns dos eventos astronômicos mais incríveis de se observar. O ano se encerra ainda com um dos espetáculos celestes mais impressionantes – o eclipse solar total.
Só que o eclipse não virá sozinho – a ocultação do Sol pela Lua fará com que o dia escureça, oferecendo a alguns sortudos a oportunidade de ver, ao mesmo tempo, o cometa Erasmus e meteoros da chuva Geminídeas.
Este será o último eclipse do ano e ocorrerá nesta segunda-feira, 14 de dezembro, e esses sortudos serão os habitantes de determinadas cidades do Chile e da Argentina. A má notícia é que, no Brasil, teremos apenas um eclipse parcial, mas mesmo assim, vale a pena conferir esse fenômeno em nosso país.
Cometa Erasmus
A última vez que um cometa apareceu durante um eclipse solar total foi em 1948. E o cometa Erasmus deve ser visível durante o eclipse total, mas pode ser que o cometa não apareça tão visível quanto os mais otimistas imaginam. É que, embora se trate de um eclipse total, a coroa solar — o envoltório luminoso do Sol — ainda será capaz de emitir um brilho ao redor da sombra lunar. Além disso, o cometa Erasmus estará apenas a 11º da coroa, perto o suficiente para ser ofuscado pela luz coronal.
Mas as chances de ver o cometa não são nulas. Afinal, ele brilhará com magnitude 4 ou 5, o que fica dentro do limite de visibilidade a olho nu, embora seja menos brilhante que a estrela Polaris, por exemplo.
Chuva de Meteoros Geminídeas
Outro presente do cosmos para encerrar 2020 com um bom espetáculo é a chuva de meteoros Geminídeas, que atingirá o pico justamente na manhã do dia 14 de dezembro. Serão até 150 meteoros multicoloridos por hora, uma chuva espetacular, que infelizmente ficará escondida de nossos olhos por causa da luz solar — exceto, talvez, durante o eclipse total.
Novamente, as expectativas devem ser reduzidas para ninguém ficar frustrado, pois, assim como o cometa, os meteoros também podem não ficar muito visíveis. Talvez o segredo para ver alguma “estrela cadente” seja olhar para uma região longe do radial da chuva Geminídeas, porque deve ser mais fácil perceber os meteoros através da visão periférica, e não olhando diretamente para eles.
Por Daniele Cavalcante