Você já ouviu falar em neuroplasticidade? Também conhecida como plasticidade neuronal, é a capacidade de o cérebro se adaptar a mudanças por meio do sistema nervoso.
Para compreender melhor, imagine que o cérebro funciona por meio dos neurônios que percorrem diversos caminhos. Esses caminhos seguem padrões, que podem ser alterados com a neuroplasticidade.
Essa remodelagem é feita a partir de um trabalho que envolve pensamentos, vivências, emoções, comportamentos, necessidades pessoais e, até mesmo, o ambiente no qual o indivíduo está inserido.
Com esses fatores, a plasticidade permite que novas ligações entre os neurônios (as sinapses) sejam estabelecidas, alterando completamente a rede de conexões.
Mas, afinal, como usamos o nosso cérebro?
O cérebro é a estrutura mais complexa do ser humano. Nós o utilizamos de forma totalmente coordenada e integrada. Esse órgão tem uma infinidade de funções: ouvir, sentir, pensar, respirar, movimentar o corpo. Tudo isso é comandado por ele, sendo que cada uma de suas áreas é responsável por determinados comandos.
As áreas se comunicam entre si, mas quando há lesão ou dano a alguma estrutura, o cérebro se altera pela neuroplasticidade a fim de suprir a necessidade. Por exemplo: se uma pessoa perde a visão devido a uma doença, ela precisa se adaptar à sua nova realidade. Então, a neuroplasticidade faz com que o cérebro desenvolva ainda mais o tato e a audição, de maneira a compensar a perda da visão.
A neuroplasticidade também é importante para a aprendizagem durante a infância. “É por meio dela que as crianças desenvolvem não só fatores biológicos, como caminhar e falar, mas também sociais, como convivência com outras pessoas e percepção de emoções.
Neuroplasticidade e a aprendizagem
Você sabe o que acontece no cérebro quando aprendemos?
A neuroplasticidade e a aprendizagem estão diretamente relacionadas. Toda vez que adquirimos um novo conhecimento, o cérebro fica encarregado de armazenar as informações importantes..
Isso ocorre de modo que elas possam ser utilizadas pelo indivíduo quando necessário. Assim, novas vivências fazem com que o cérebro crie vias neurais, que são os caminhos percorridos entre os neurônios pelas sinapses.
A cada aprendizado ou experiência enriquecedora, a comunicação entre os neurônios fica mais forte e eficiente.
Algumas dicas que podem ser colocadas em prática diariamente para aperfeiçoar ainda mais esse processo são:
Adquira novos conhecimentos: busque o aprendizado constante. Falar uma língua diferente, tocar um instrumento musical ou praticar um novo esporte são formas de fortalecer as conexões cerebrais. É importante sempre absorver novos conhecimentos e investir na sua capacitação.
Saia do modo automático: mude aspectos da sua rotina para adquirir novos hábitos e instigar a mente. Faça algo de uma maneira diferente. Por exemplo: se você está acostumado a estudar assistindo a aulas online, crie um mapa conceitual no papel sobre os conteúdos para estimular outras formas de armazenar informação.
Elimine as distrações: realizar várias tarefas ao mesmo tempo não é bom para o aprendizado, pois ele se torna mais irregular e demorado. O ideal é que você busque o foco total em uma determinada atividade, realizando-a do início ao fim, sem interrupções, para compreender de maneira mais completa.
3 ideias para induzir e aumentar a sua neuroplasticidade
Ficou interessado em estimular a neuroplasticidade no dia a dia?
1. Treine o seu cérebro: exercite os dois lados
Quanto mais o seu cérebro é exercitado, mais rápido e potente ele fica. É claro que usamos todo o cérebro para nossas atividades cotidianas, mas cada área concentra uma atividade principal.
Enquanto o hemisfério esquerdo concentra mais raciocínio, o direito foca na criatividade. Ou seja: quanto mais diversificada for a sua aprendizagem, abrangendo diferentes áreas do conhecimento, mais completa ela será para o cérebro.
2.Elimine maus hábitos e alimente-se bem
Ter uma alimentação equilibrada, que forneça todos os nutrientes e vitaminas de que o corpo precisa, e adotar um estilo de vida saudável também é fundamental.
Para eliminar maus hábitos, que são caminhos neurais automáticos para o cérebro, substitua atividades indesejadas pelo seu oposto. Na prática, deixe mais o carro em casa e comece a andar a pé se almeja emagrecer, por exemplo.
Essa é uma forma de compreender que existem novos caminhos, até que estejamos acostumados com eles ao ponto de abandonarmos os antigos.
3. Dormir também é importante
Assim como você precisa exercitar o cérebro e estimulá-lo de diferentes maneiras, é preciso dar a ele um bom período de descanso.
Garantir uma ótima noite de sono é importante para combater o estresse, fixar novas memórias adquiridas durante o dia e reter informações. Especialistas indicam, pelo menos, de 7 a 9 horas de repouso.
Por Flora Victoria, mestre em psicologia positiva
e Embaixadora da Felicidade no Brasil pela World Happiness Summit